•Eu. Eu? Eu! •

Eu nunca quis presenciar o fim,mas os dias passaram rápidos e não tive tempo de correr.
Tudo o que ficou não me faz falta,nada do que restou eu iria querer carregar.
Caso o tempo resolva se redimir e queira que tudo volte a ser como era no inicio,vou fazer cena,vou resistir,pois já não quero mais ter que esperar por mais um final.
As lágrimas que eu derramar agora,jamais voltaram,tudo irá passar,e eu ei de voltar a caminhar,de cabeça erguida,sem medo de tropeçar.
Tudo o que eu sou,são fragmentos,pedaços orbitantes que não permitem que eu me sinta completa,pelo contrario,apenas fazem aumentar ainda mais essa vazio,essa incerteza que sou forçada a carregar diariamente dentro de mim.
Nada mais esta completamente perdido,mas será que tudo isso ainda tem salvação?
Por algum motivo ilógico,o tempo será generoso e me concedera uma brecha no continuo tempo espaço para que eu retorne e resgate tudo aquilo que eu ei de precisar para conseguir ir em frente nos dias de agora?
Não se engane,não quero evitar exatamente tudo,só quero resgatar aquelas minúsculas coisas que de mim foram se desprendendo e que agora não consigo nem mesmo encontrá-las nos objetos que me cercam.
Eu nunca fui uma só,nunca me vi refletida no espelho,sempre foi mais fácil me encontrar nos outros,nos livros,nas musicas,nas coisas anônimas e misteriosas que nos cercam e compõem o universo.
O tempo foi passando e agora,na hora de me apresentar para as pessoas eu não encontro palavras,não sei explicar,fazê-las entender,que eu nunca tive tempo para me descobrir,que nunca me foi concedido o direito de desejar ser ,de sonhar em ser,qualquer pessoa que se aproximasse mais daquilo que eu não sei,mas que imagino ser eu.