30 janeiro, 2009

Indecisões de um certo rapaz.

E então,todos começam sua árdua labuta e erguem as lonas para criarem a atmosfera perfeita de diversão.
Picadeiro,algodão-doce,maçã-do-amor.
Mas dessa vez meus olhos insistem em não crer nos ilusionismos fajutos do teu mágico.
Seus truques não me surpreendem mais.
O nariz de palhaço,que no passado dava um ar de descontração para os dias infortúnios,hoje só assinam a certeza que eu já tinha.
Por tanto ou pouco tempo, me neguei a acreditar que estava certa.
Me dá repulsa ver.
Um comportamento egoísta e caprichoso de quem sempre levou uma vida de mimos e loucuras.
Nem sempre a razão esta contigo.
Não me faz mais rir,apenas me faz recobrar meu antigo e insuportável mau-humor.
Meu esforço é em vão,pois minha memória já deletou todas as falas,todos os toques e tudo mais que tenha me alegrado ou me feito odiar.
Apenas esqueça.
Dê meia volta e não ouse querer retomar ,pois não existe,nunca existiu o que deixar para trás.
Você não perde uma coisa que nunca foi tua.
Não dá continuidade para uma coisa que nunca iniciou.
Não termina o que nunca existiu.
Jamais deixe se iludir pela idéia de que minhas mãos procurarão corretivo ou borracha para mudar todas as linhas que escrevemos.
Errar é humano,mas não persisto em uma completa perda de tempo..
Sempre foi tarde demais para mudar as escolhas do cardápio .
E não é diferente agora.
Uma vez que pediu laranja e mortadela,não podes trocar por sardinhas e amora.
Apenas esqueça,como eu esqueci um dia.
Desmonte a arena,recolha os chimpanzés,mande a mulher barbada se barbear.
Todo esse teatro não me impressiona mais.
Cá está seu ultimo Good-bye.

28 janeiro, 2009

Espelho [REPRISE]

Olha bem para estas paredes que te cercam. Nelas você julga conhecer a espessura, o material usado para construí-la, as lembranças que elas guardas entre os pregos e parafusos.
Não enxerga? É tudo passageiro.
Insignificantemente insuficiente, para te dar algum sentido na vida.Foi imposto que devias depositar nelas as memórias de cada coisa que já passou, que devia de esconder entre elas, que elas te sustentaria e afastariam todo tipo de perigo existente lá fora.
Mentira!
O verdadeiro mal sempre esteve ai,sempre se escondeu dentro de ti,entre tuas palavras,teus protótipos de sonhos fúteis.Acreditou mesmo que estava segura?Acreditou mesmo que tudo isso jamais iria lhe atingir?
Por tanto tempo fechou os olhos para não ver o que lhe atormentaria,tapou os ouvidos,pois os berros lhe eram insuportáveis,mas não tardou não é?!Tua consciência te traio,com a mais alta classe e estilo que poderia ter o feito.
Esses delírios,imagens soltas que brotam de algum lugar obscuro de tua mente,já não tem mais outro desejo senão o de lhe atormentar.Lhe cobrar uma atitude que negastes no passado.
Cresça!
Não se entregue aos colchões dos fracos que de tudo fogem,que tudo escolhem não fazer,escolhem não ver.Mostre essa tua garra.Seja forte!Afinal,se não for para perder tua alma na luta contra esse mal que assola a vida de tantas outras pobres pessoas,de que vale então viver?!
Respire fundo.Lave tuas mãos.Firme teus pés no chão,imaginando que um dia estes,se tornaram raízes profundas,que trarão em seu tronco,historias para as gerações seguintes.Agora enxerga?Eles são milhares.Com suas caras sujas e deformadas.Seus uivos arrepiantes podem perturbar os pequeninos,mas não á ti.Pegue tua espada.Não tenha medo do escuro.Me de a tua mão.Esta batalha que se trava em teu peito,vai ter um final,porem,o resultado,se será favorável pra todos ou não,depende apenas de ti.
Depende que você se liberte destas cosias passadas que insistis em trazer consigo.Deixe tudo para trás.Esqueça!Olha para o horizonte,o sol já esta nascendo.Você ouve?São os pássaros que acordam para lhe compor esta linda canção.São ruídos frágeis que se criaram para lhe ensinar que existe outro caminho.Um caminho melhor,menos doloroso.Não hesite.Estou aqui.Não há nada que um pouco de cola não vá concertar.
Pega a cola,eu junto os cacos desde espelho que insiste me fazer ver teus olhos,refletidos nos meus.Não chore. O pior já passou.Apenas respire,e deixe que o tempo te diga quem tu és,ou o que nós somos.

26 janeiro, 2009

Selo.


Ganhei esse selo da Bruna (http://brunaboo.blogspot.com/ ) e da Sthé (http://tetelouise.blogspot.com/ ) .


Valeu meninas! ^^






Regras:
1 - Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que vc acabou de ganhar!!!
2 - Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3 - Indique 10 blogs de sua preferência.
4 - Avise seus indicados.
5 - Publique as regras.
6 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7 - Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
Indicados:
-> Vou demorar um pouco pra voltar a postar. Tenho que escrever tudo que está na minha cabeça,mas como começei a trabalhar,tô um pouco sem tempo.
Mas em breve eu volto a postar. =D
;*

23 janeiro, 2009

Silêncio.

Hoje,nada tenho a dizer,que vá te agradar.
Perdi o por quê que me incentivava a continuar a falar de amor.
As horas voaram,o tempo se acabou.
Nada de príncipes,castelos,dragões e donzelas em perigo.
Não tenho alianças para provar,
Casos,amantes e namoros,para lembrar.
O outro lado da cama nunca foi ocupado por um marido.
Assim como os outros cômodos da casa,nunca foram preenchidos com a presença de filhos.

Solidão.amargor.
As paredes nem se deram ao trabalho de tentar registrar os dias,as tempestades.
Os dias são iguais.Todos iguais.
Um rastro de vazio,de lagrimas expelidas com sofreguidão.

Frio.Dor.
Os porta-retratos continuam vazios e os vestidos de festas continuam com etiquetas.
Nada tenho a contar,a lembrar, a querer reviver.
Hoje eu cansei de acreditar.
Cansei de esperar,de pedir.
Pouco importa se existe,se é bom.
Hoje....agora....
Só o silencio me faz companhia.

22 janeiro, 2009

Selos.

Ganhei o Selo: Esse blog tem sabor especial. da Su,uma amigona que eu fiz atraves do blog.

Eu não vou indicar ninguem em especial,pelo contrario.Quem comentar aqui hoje,é que vai ganhar o selo. ^^





E ganhei o selo:Selo - Blogueiro honesto,também da Su.

Esse tem regras:
"É importante lembrar que esse selo é só para aqueles blogueiros que fazem comentários com conteúdo"

Adoro todos os comentarios que recebo,mas,tenho que seguir as regras.
Vou indicar apenas 4 blogs,mas quero deixar registrado que recebo muitos comentarios com conteudo,okay?
Então aqui estão as indicaçãoes:
*http://versosperdidosdefernanda.blogspot.com/
*http://happysofiih.blogspot.com/
*http://sentimento-padrao.blogspot.com/
*http://pegueolapiseescreva.blogspot.com/


21 janeiro, 2009

Choices

Enquanto o sol acorda,suas opções são vastas,mas tenha consciência que conforme o dia se segue elas vão se esgotando.
Para alguns é tempo o bastante,para outros,curto demais.
Quem sabe eu não me fantasie e suba no telhado,apenas para conseguir chamar sua atenção,roubar um dos seus lindos e sinceros sorrisos.
Ou apenas,quem sabe,eu não pense em um gesto não tão grandioso,mas que te atinja,e cause o efeito que tanto espero.
Enquanto caminho,cruzo os dedos e faço minúsculos pedidos ao nada.
Não é por ocupar tempo,mas sim para desligar-me da ansiedade de poder olhar e absorver cada segundo em que seus dentes se mostram e que seus olhos reluzem.
Quem sabe eu fique mais um pouco,e assim,teremos tempo para passear de mãos dadas.
Quando o sol dá os sinais de que está de partida,eu posso respirar com uma forte certeza de que fiz a escolha certa ao amanhecer.
Não me despeço,fico e espero.
Fascino-me ao ver seus longos cílios ,e em ouvir tua calma respiração enquanto dorme.
Sinto leves arrepios,enquanto sonho de olhos abertos,com a próxima manhã.
Já tenho na ponta da língua qual será minha escolha.Já prevejo o como será sentir seu abraço morno matinal.
Não precisa ter fim,pode durar até nós nos cansarmos de tudo,de todos.
Podemos criar virgulas,mas com a eterna certeza de que em nenhuma manhã,escolheremos o irregular ponto final.
Dorme,que eu velo teu sono.
Dorme,pois eu sei guardar BEM teu coração.BEM...ao lado do meu.

20 janeiro, 2009

Prazer.me chamo Bia. =]

Desde pequena no meio dos livros.
Folhas pautadas e caneta nas mãos.
Criava peças,e encenava com as primas nas férias de verão.
Com purpurina e papelão,enfeitava todo um salão.
Sempre com fones ou radio ligado.
Sozinha ou não,
Se trancava no quarto e fingia ser cantora.
Foi crescendo,mas jamais abandonou os livros.
Quatro,cinco por semana ela lia.
Estabanada,colecionou tombos e hematomas pelo caminho.
Alguma coisa aconteceu,e ela abandonou o sorriso.
Na bolsa,ainda traz os livros,os cadernos e os montes de canetas.
Entre pontos e estações,desenha e escreve.
Arranjou uma forma de se poupar de lágrimas.
Aprendeu a esconder a dor.
“Desde pequena forte” diz a mãe.
“Desde pequena sozinha” diz o pai
“Desde pequena triste” diz o mundo.
Apenas as palavras lhe fazem companhia.
Apenas no que escreve,coloca alma.
Prazer,essa sou eu.
Prazer,pode me chamar de Bia. =D

18 janeiro, 2009

BRINCAR DE SER FELIZ.



Não teria consciência de todo o estrago que essa historia causou.
Talvez a falta de harmonia com que caminhamos,e com que nos deixamos levar.
Nada ,alem de fotos e remorso,eu guardei na mala.
Cansei de para você nunca ser ninguém e de ter que conviver com suas irreversíveis negativas perante meus minúsculos desejos afetuosos.
Reconstruí minha mascara e nela não moldei nenhum traço que seus olhos poderão reconhecer.
Você diz que usá-la só reforça os boatos de uma suposta personalidade forjada.
Eu digo que não.
Digo que usá-la ,evita que minha completa infelicidade atinja a permanência da felicidade alheia.
Por trás do papelão,das cores exuberantes das tintas,eu escondo meu vazio,minha dor.
Acho valido que use algo que não permita que meus sombrios e depreciativos sentimentos atinjam a todos e destruam as brincadeiras e farsas de nosso amigos e conhecidos.
Me pede para esperar,mas nada mais tem a dizer.
Deveríamos ser conscientes de que pessoas como nós,jamais conseguiriam viver nesse eterno teatro .
Ostentando sorrisos e falas decoradas de livros ou filmes.
O despertador tocou e nosso tempo para brincar de ser feliz acabou.
Não tem mais volta. Não tem mais concerto.
Nada mais sobrou. Nada palpável e suficientemente firme para que possamos usar.
Só retratos.
As eternas provas de que enquanto o sinal não tocou e enquanto nos foi permitido,cumprimos com nossos papeis medíocres e sorrimos.
Fingimos e enganamos a todos.
A todos e a nós mesmo.
Vá,pode seguir sua vida com outro bem,hoje eu já cansei de brincar de ser feliz.
Na foto: Lucas e Nicolle

Meme (s)

Ganhei um meme da http://appleof-love.blogspot.com/. e da http://mundinhoecletico.blogspot.com/
Brigada!! ^^

Regras:
-Linkar a pessoa que te indicou.
-Escrever as regras do meme em seu blog.
-Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
-Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post.-
-Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um comentário para ela.
-Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

6 coisas aleatórias sobre mim:
*Tenho alergia a chocolate,mas não vivo sem.
*Eu sonho acordada.
*Sou compulsiva por livros.
*Quando to sozinha em casa eu gsoto de cantar. ( =s )
*Não sei desenhar,mas desenho mesmo assim
*Me acho feia e totalmente sem graça.

Quem indico:
*http://mundosevidas.blogspot.com/
*http://pegueolapiseescreva.blogspot.com/
*http://faleibobagem.blogspot.com/
*http://anaalgesico.blogspot.com/
*http://velhashistorias.blogspot.com/
*http://sentimento-padrao.blogspot.com/

12 janeiro, 2009

Ponto(s) de interrogação.

Plantando em terra fértil a semente da distancia,e colhendo em época certa o fruto da solidão.
Teria, de fato ,motivos para reclamar?
Poderia tentar mudar?
Ainda haveriam chances?Ainda é tempo?
Fechar os olhos e imaginar tudo diferente.
As escolhas foram certas?As alternativas apresentadas ,estavam corretas?
Não voltaria no tempo.Foi necessário.
Mas será que tinha mesmo que ser tão vazio,ser tão sofrido assim?
Tudo em volta se resumindo a um quase nada?
As perguntas sem respostas e as cinzas das lembranças que não existem.
Os cantos poerentos,as noites frias.
Justiça nada tem a ver com tudo isso.
E culpa?
Cabe á alguém julgar,ou se apresentar para carregá-la?
Só o tempo dirá.

Retorno.

Larga o teu cigarro em algum canto entre o esquecimento e a infelicidade.
Eu voltei.
Eu voltei,e trago na mala ,nada mais do que saudade e amor.
Nem perca tempo em abrir alguma garrafa de bebida,pois
Se depender de mim,a única coisa que irás beber,
É o néctar que de meus lábios emanam,a cada beijo que roubo de ti.

Esqueça os dias na escuridão,
Os dias sem perdão.
Eu voltei.
Corri e deixei tudo para trás,apenas
Para em seus braços me entregar e enfim
Realizar cada um de nossos singelos sonhos.

Não se preocupe,eu não me importo.
Pode parar de se desculpar pela aparência cansada.
Também não dormi.
Também sofri com a distancia.Mas
Agora,tudo isso virou passado.
Um passado que facilmente iremos esquecer.

Pode trazer um caderno velho e uma caneta cheia,
Pode desenhar,escrever...
Só não esqueça de que voltei para amar.
Amar e ser amada

07 janeiro, 2009

O AMOR PODE DAR CERTO. --Final.!

Resolvi escrever,porque vejo os casais vivendo essa “filosofia” furada do “ninguém é de ninguém”.
Se eles soubessem o quanto é bom amar de verdade,ser amada de verdade.
Dias ruins e dias bons vão fazer arte das nossas vidas,mas quando se tem o seu grande amor ao lado,qualquer obstáculo é enfrentado facilmente.
Poder acordar e ver os olhos brilhantes e apaixonados dele/dela a te declamarem poemas de amor.
Tudo isso é tão bom. E eu sei que ainda merece um reconhecimento devido.
As pessoas passam tanto tempo tentando achar o amor que acabam não percebendo que ele pode estar logo ali,na porta da frente. E que pode SIM,dar certo.
*
Nota:
Eduardo morreu com 85 anos,de causas naturais. Deixou na terra um casal de filho,Elliot e Mariana,a esposa,Lívia e uma longa historia ,regida por belas canções e exemplos de vida.
Em sua missa de sétimo dia,Lívia fez um discurso de arrancar lagrimas ate dos tijolos.
E encerro essa historia com um trecho desse discurso.
“.eu tinha escolhido viver a ausência do sentimento,de viver em busca de realizações de planos que tinham sido traçados fixamente em paredes.
Eu me contentei em viver em um apartamento sem aquecedor,não porque estava sendo independente,morando sozinha,mas sim porque algo dentro de mim,indiretamente sabia,que o amor da minha vida estaria lá. Logo ali,na porta da frente,tocando lindas canções no piano.
Hoje,eu faria um breve retrospectiva da minha vida e sei que tudo o que é realmente necessário estaria nela.
Eu precisava passar da solitária na escola para a intelectual na faculdade,pra poder m tornar a bem sucedida no trabalho que se tornaria a amiga do vizinho “louco”,que passaria a entender o que é amar,para assim poder ser Lívia,a namorada,a noiva,a confidente,a companheira,a amante,a mulher,a esposa,a mãe...
Para ser Lívia,a mulher que AMOU e para sempre irá amar o Eduardo.
Se alguém ai quer perguntar se eu mudaria alguma coisa,digo que não,porque tenho certeza que fui a mulher mais feliz do mundo,ao lado dele...”
Lívia Silveira,morreu alguns meses depois,também de causas naturais.
Mas creio que agora,seja lá a onde estejam,Lívia e Eduardo estão felizes por poderem se reencontrar novamente,e continuarem a provar que ,sim,O AMOR PODE DAR CERTO.


FIM.

06 janeiro, 2009

O AMOR PODE DAR CERTO. -Parte 8

Passei os meses seguintes atrás de pistas,detalhes ou qualquer informação que me indicasse o paradeiro de Eduardo.
Quanto mais procurava,mais parecia que a probabilidade de achaco se tornava mínima.
Meu aniversario veio e eu simplesmente dispensei todos os convites para sair.
Só sabia pensar nele,só queria encontrá-lo.
Esperei que o natal chegasse,aluguei um carro e fui para a casa dos pais dele.
Ao chegar,minha surpresa foi de que os pais não sabiam,ou nem tinham se interessado em saber ,onde o filho estava.
Ver a minha ultima esperança ir embora,me fez entrar em completa revolta.Quando vi,já tinha falado tudo o que estava engasgado. Sai e deixei a família dele de queixo no chão com todas as verdades que tinha dito.
Sai furiosa,entrei no carro. Ia para a pousada.
Quando fechava os olhos podia ver aquela noite,o nosso quase beijo,mas logo depois tudo se desfazia,com as lembranças do cemitério.
Entrei,ele não estava lá,mas eu podia sentir o perfume dele lá.
Talvez fosse ilusão,talvez não.
Tomei um copo de algo forte,e fui caminhando ate o cemitério.
Eu tinha levado flores. As arrumei ao lado da lapide.
Com os dedos congelando eu contornava o nome. MARIANA.
Um nó na minha garganta se formou e não pude mais segurar as lagrimas e as palavras.
-Eduardo,eu te amo tanto.
Um galho se quebrou atrás de mim e quando me virei vi um senhor.
Ele sorria e vinha na minha direção. Colocou a mão em meus ombros e disse:
-Você é a Lívia ,certo?
Como ele sabia?
Ele continuou a falar:
-Eu sou o pai da Mariana. O Eduardo já passou por aqui hoje,então,me pediu que viesse chama-lá.
-Eduardo? Aonde..como...Ele..ele...
Eu não conseguia falar,nem pensar. Precisava vê-lo.
-Vem,eu te levo.
Fui seguindo o carro dele .
Durante o percurso fui me deixando entregar a ansiedade de poder reencontrar Eduardo. De poder abraçá-lo novamente.
Chegamos ,e sentado nos degraus da simples porem charmosa casinha de madeira,estava Eduardo a nos esperar.
Eu sai do carro desesperada e me atirei nos braços dele.
Era tão bom poder senti-lo.
Nossos corações estavam disparados.
O pai da mariana se despediu nos dizendo que :
-Com amor ,tudo se vence. Pensem nisso garotos. O amor pode dar certo.
Assim que ele sumiu na estrada,eu pude ver nos olhos de Eduardo que ele sentia a mesma coisa que eu.
-Me desculpe Eduardo eu fui tão estúpida...
-Não,eu que fui,me perdoe.....
Nos abraçamos novamente,e finalmente nos beijamos.
-Eu te amo.
- Não Eduardo...eu é que te amo.
Aquele dia foi o mais feliz da minha vida.
A partir daí,não se tem muito o que contar.
Trocamos de apartamento,ele passou a dar aulas em faculdade e a fazer concertos musicais.Eu fui subindo de cargo e me tornando a pessoa mais feliz do mundo.

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO. Parte 7

O mês passou ,e pareceu ter levado com ele minha força,e minhas roupas ficaram largas ate demais,meus olhos fundos.
Resolvi deixar tudo para trás e continuar a viver.
Eu me mudaria,e tudo estaria resolvido.
Quando sai do meu apartamento,pilhas de contas me esperavam,e algumas cartas de amigos. Nada de Eduardo.
Olhei para a frente e vi que a porta estava trancada.
A vizinha dele,ao me ver,finalmente sair de dentro de casa,veio correndo,me oferecer ajuda,e me dar a notícia:
-Ele se mudou,logo depois das festas.Tentou falar com você varias vezes,mas..você nunca atendia.
Meu estomago embrulhava e uma tontura teimava em querer me derrubar.
-..ele deixou isso para você.
Ela me deu um envelope e um cd.
Eu não conseguia pensar,não conseguia ficar em pé,perguntei se ele sabia para onde ele tinha ido e quando ela respondeu que não eu simplesmente não agüentei e me entreguei ao desmaio.
-
Não sei o como ,mas acordei em um hospital.
Anemia,pelo tempo sem me alimentar.
Foi bom,para descansar e para recuperar e reorganizar pensamentos.
Quando voltei para casa estava tudo organizado e percebi que tinha vizinhas maravilhosamente amigáveis.
Queria me deitar na minha enorme e aconchegante cama e acordar cedo para ir para o trabalho.
Em cima do travesseiro estava a carta e o cd. Resolvi terminar logo com tudo aqui.
O cd tinha um melodia que tinha traços de que ele tinha tocado.
E a carta estava grande e com algumas manchas de lagrimas.
“Querida Lívia...
Espero que não se importe de te chamar assim.
Lhe devo desculpas,alias,lhe deve sinceros e profundos pedidos de perdão.
Tratei mal seu coração e deixei que alguns problemas particulares lhe magoassem.
Gostaria de estar ai e lhe explicar tudo o que se passou em minha cabeça,mas você não atende mais a porta e nem o telefone.
Me sinto tão culpado.
Nada justifica o que lhe fiz,porem minhas explicações pedem compreensão.
Quando adolescente,me apaixonei por uma colega do colegio,Mariana.de fato tinha sido a garota mais linda e encantadora que eu já tinha visto...até te conhecer.
Enquanto eu lutava com meus pais em defesa de meu sonho,Mariana e eu nos entregamos a uma profunda historia de amor.
Aquela pousada em que te levei,é da família dela.
Ela sempre me apoio,e eu via nela o meu porto seguro.
Estávamos noivos,porem,eu havia desenvolvido um certo vicio por bebida,que sempre aparecia quando eu estava com meus pais.
Eu a amava tanto,tente entender.
Naquela noite,eu havia discutido com meus pais,contei que iria morar ai,neste apartamento com ela e que seriamos felizes para sempre,como nesses filme e contos .
Mas,para variar,essa noticia acabou como discussão,eu bebi e peguei o carro.
Mariana tentou me persuadir a largar o volante para que eu me acalmasse e conversasse com ela,mas não a ouvi.
A estrada estava molhada,eu já estava gritando,quando ela pôs a mão em mim e pediu que eu parasse o carro. Ela estava assustada e eu não dei atenção.
Fui um monstro,a culpa é toda minha,meus pais tem razão.
Ela me pedia para que parasse e lhe contasse o que meus pais tinham me dito,eu fiquei furioso e gritei para ela o que jamais devia ter dito
“-ELES TE ODEIAM,NOS ODEIAM E DESEJAM QUE SEJAMOS INFELIZES. ESTA SATISFEITA ??”
Um caminhão veio na contra mão,derrapamos e ele não agüentou chegar ao hospital.
Ela estava grávida .
O que aumentou ainda mais minha culpa.
Meus pai subordinaram os policiais para que relevassem minha bebedeira.
Eu não pude agüentar e fui embora.
Segui com o plano do apartamento,e do piano.
Achei que jamais amaria alguém,mas então,veio você.
As vezes olho nos teus olhos e sinto meus coração disparar como disparava quando eu estava com ela.
Veja bem,não estou dizendo que procuro ela em ti,apenas digo que o que eu achei que jamais iria acontecer comigo novamente,aconteceu,e graças a ti.
Naquela manha em que gritei contigo,eu tinha discutido com meus pais a seu respeito e a respeito dessa historia toda e o fato deles me dizerem que eu desgraçaria sua vida me fez tomar aquela atitude de gritar contigo.
Eu jamais quis que você fosse,jamais quis lhe causar tanta dor.
Me perdoe.
Eu te amo.

p.s: a musica,é para você,foi composta para ti. “

Eu chorava. Me culpava.
Mais uma vez eu errei e agora não conseguiria concertar.
Dormi ,esperando acordar e descobrir que tudo aquilo tinha sido um pesadelo e que Eduardo estaria ao meu lado.
Mas quando acordei,nada tinha mudado.

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO. Parte 6

Fui me deitar,repassando em minha mente cada momento daquela noite e me perguntando o que teria feito com que Edu recuasse,negasse aquele beijo.
Foi quando me dei conta de que não era primeira vez que eu perdia minha noite de sono pensando nele.
Sim,eu estava apaixonada. Depois de tantos anos negando qualquer compartilhação de sentimento,meu coração decidiu se entregar para esse misterioso rapaz.
Fiquei,ali,vidrada no relógio,pedindo que os ponteiros fossem rápidos e me trouxessem logo o dia seguinte.
Suspiros e sonhos ajudaram a preencher minha mente.
O que eu não sabia,é que no outro quarto,Eduardo lutava consigo próprio,num profundo dilema.
E que o dia seguinte,seria cheio de surpresas.
*
Assim que eu ouvi o barulho das portas dos outros quartos,me levantei,me arrumei e desci correndo escadas.
A família toda,exceto Eduardo,estavam tomando café e ao me verem deram bom dia e logo começaram a falar, não se pra mim ou para eles próprios:
-Eduardo esta no cemitério,ele tem que perder essa mania.
-Já fazem quatro anos...
_Se ele não fosse tão teimoso...
- Isso é remorso,pela escolha errada...
Eu não entendia nada,e logo,reparei que tinham esquecido que eu estava lá,o que era perfeito,pois eu queria muito falar com Edu,ouvi-lo,e,obviamente,descobrir tudo o que estava acontecendo.
Peguei meu casaco,perguntei para a empregada como fazia para chegar ate o cemitério:
-É bem longe,é melhor a senhora ir de carro viu...
Mas eu não tinha carro,e se Eduardo tinha ido a PE eu também conseguia.
-
A estrada estava cheia de neve ,e era um longo percurso,o que me fez chegar lá sem ar e com muita dor nas pernas.
Vi Eduardo sentado,olhando um lapide com o nome de MARIANA.
A data de falecimento era de quatro anos atrás a partir daquele dia.
E de repente as coisas começavam a se encaixar.
Caminhei,e o ouvi dizer em lagrimas:
-Me perdoe,eu não queria...eu te amo.
Eu o chamei e acho que não deveria ter feito aquilo.
Ele se assutou,limpou as lagrimas,começou a gritar que eu não deveria estar ouvindo,que eu não devia ter ido pra casa dos pais dele:
-VOCÊ NUNCA DEVIA TER ENTRADO NA MINHA VIDA!!!!! VÁ EMBORAAA!!
Eu me senti apunhalada,pouco importava o que tinha acontecido,ele finalmente se mostrou como todos os outros.
Meus olhos não puderam conter as lagrimas,e eu queria entendê-lo mas ele me pegou pelo braço,gritando barbaridades e me jogou para a estrada.
A dor de ralar o braço e os joelhos era grande,mas não maior do que a de ter confiado nele e ter baixado a guarda.
Eu sai correndo,fiz as malas,chamei um taxi,e quando estava indo embora,o vi chegar.
Estava péssimo,e ao me ver entrar no carro tentou impedir,pedia desculpas mas eu não estava pronta pra ouvir.
*
Passei o natal em um ônibus,indo para casa,chorando e tentando esquecer todas aqueles dias,meses.
Mas quanto mais eu lutava para esquecer,mais lembranças surgiam e a sensação de coração partido aumentava.
Eu cheguei em casa,me tranquei e renovei meus votos de distanciamento.
Passei os feriados seguintes enfurnada dentro de casa,com uma garrafa de vinho barato e um pacote de bolachas.
A campainha tocou algumas vezes,mas não tinha força para me levantar.
Alguém esmurrou e me chamou também,mas eu já não distinguia nada.
O telefone tocou,a campainha de novo.
Eu não me mexia,mal respirava,tinha me entregue a uma estúpida e profunda melancolia que me fazia pensar:
-Quem ama,literalmente sofre,e jamais será compreendido.
Lembrei que voltaria a trabalhar daqui a algumas semanas,e que eu tinha direito a umas férias atrasadas,liguei e resolvi.
Agora sim,eu poderia definhar mais alguns meses no meu apartamento.

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO -Parte 5.

As vezes,tarde da noite. Quando todos já dormem,eu fico me perguntando,como essa historia seria se eu não tivesse aceito caminhar por aquele bosque,se eu simplesmente recusasse e fosse embora para meu apartamentinho frio e solitário.
Mas então,me lembro do que se seguiu,e sinto calafrios,formigações no estomago,e quando me dou conta,estou sorrindo novamente.
-

Todos da família dele caminhavam rápido e pareciam nem reparar em todos os galhos espalhados pelo chão.
Eu tremia,um pouco de frio e um pouco de medo.
Não queria ir,e formulava em minha mente maldiçoes para toda aquela situação.
De repente,uma mão tapou minha boca e me puxou para trás de uma moita. Eu teria gritado ,teria corrido,mas não pude. O medo simplesmente me fez congelar.
Eu já temia pelo pior quando ouvi a voz dele:
-Calma,sou eu,eu disse que íamos despistá-los,não disse?!
Meu coração estava disparado,e a sensação de que estava a salvo me fez perder todas as minhas travas sociais. Não podia resistir.
Pulei em cima de Eduardo e o abracei sussurrando vários “obrigada,obrigada”.,e sorrindo.
Achei que ele não entenderia e ate se afastaria,mas senti na retribuição do abraço,que ele me entendia,e que tinha feito aquilo não só por mim,mas por nós.
-Vem,quero te levar para um lugar Lívia.
*
Caminhamos pela beira da estrada,conversando,sorrindo,brincando e compartilhando historias e planos.
Acho que nunca ouvi e falei tanto em toda a minha vida. Nunca me senti tão viva e tão feliz.
Estávamos andando abraçados e o mundo parecia conspirar para que nada nos atrapalhasse.
Eduardo,ou Edu,como ele me pediu para chamá-lo,me disse como era difícil fazer ser o filho “perdido”.
Os pais queriam que ele se tornasse um advogado famoso,que desse continuidade a fortuna da família e que se casasse com alguém da alta sociedade,mas ele nunca quis isso,alias,nunca quis nada do que os pais haviam planejado.
-Eu quero ser pianista. MUSICA,é disso que eu gosto.
-E tenho que admitir que talento para tal carreira é o que você tem de sobra.
Ele corou,sorriu agradecendo e me apontou um chalé que ficava escondido perto da estrada.
-Era pra cá que eu fugia dos meus pais. Vem,lá poderemos conversar mais tranquilamente.
Era uma espécie de pousada,com um balcão cheio de bebidas.
A lareira dava um toque acolhedor,e o silencio ajudava muito a nossa conversa.
-Acho que o estopim para o desgosto total de meus pais foi quando eu entrei para a faculdade e arranjei um emprego aqui.
Não pude conter meu espanto. Edu,por mais simples que fosse,não fazia o perfil de quem se sentiria bem servindo bebidas ou ouvindo conversa furada durante a madrugada.
Ele continuou:
-Adorava trabalhar aqui,conversar com as pessoas.
-E então,por que parou de trabalhar aqui?
Ele ficou serio,olhou pela janela e notei que algumas lagrimas estavam se formando.
Peguei nas mãos dele ,mas ele as tirou educadamente. Não tinha reação e pela primeira vez o silencio dele me fazia mal,me causava incomodo.
Eu estava a ponto de sair e volta para a casa dos pais dele quando ele se virou sorridente,e me pediu desculpas.
-É uma longa historia,outro dia te conto. Agora,me fale de você.
Decidimos ir andando enquanto eu falava o pouco que havia a ser contado sobre mim.
-Perdi meus pais muito nova,acidente de carro....minha avó me criou.
Ele sempre parecia realmente interessado,mantinha os olhos fixos em mim,e esperava por cada próxima palavra que saia de minha boca.
-...quando terminei a faculdade,minha avó já tinha falecido e não tinha mais nada que me fizesse bem por lá,então,decidi seguir com meus sonhos.
Ele me deu um abraço e para minha surpresa disse:
-Eu te admiro muito,muito...
A partir daí caminhamos um pouco em silencio ate um descampado coberto de neve,onde brincamos de atirar bolas um no outro.
De repente,aquela barreira que eu criava para não me decepcionar com as pessoas,se quebrou,e a que ele criava para não causar decepções as pessoas,também.
Porem,ainda tinha algo que eu não sabia,algo nele que me intrigava.
Já estava tarde,retornamos para a casa dos pais dele.
Deixamos os casacos cobertos de neve na porta e subimos silenciosamente as escadas de madeira para não acordar os primos dele que estavam dormindo no sofá.
-Bem,está entregue a seu quarto Lívia,espero que a cama esteja confortável.
Ele estava indo para o fim do corredor quando eu fui atrás e dei-lhe um abraço.
Senti as mãos dele se erguerem,se alojarem em minhas costas,o coração dele disparar,as mãos escorregaram para a cintura,indo em seguida para o braço,o pulso,as mãos.
Nossos corpos se afastando,nosso rosto se distanciando,a mão dele afastando meu cabelo,e descansando em minha nuca,nossos narizes encaixados,e nosso lábios quase se tocando.
Minhas pernas ficaram tremulas e eu sentia que ia me espatifar no chão a qualquer instante.
O frio tinha passado,e a única sensação que eu dava importância era para o calor do corpo dele,e a minha quase certeza de que ele iria me beijar.
Não entendi o por quê na hora,mas de repente ele simplesmente desviou a cabeça,me dando um beijo,muito desconfortável,na testa e dizendo:
-É melhor eu ir. Boa noite.
E eu fiquei ali,vendo ele ser engolido pela escuridão do corredor.

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO -Parte 4.

Eu estava nervosa. Mais nervosa ate do que se estivesse indo com ele como namorada.
Queria muito agradar a família dele,ate porque,ele quase nunca falava deles,e isso me deixava muito mais nervosa.
No meio do caminho ele pegou nas minhas mãos e as acariciou,sustentando um olhar invasor e dizendo:
-Fica calma,vai dar tudo certo.
Eu mal o conhecia,era fato,mas ninguém mais sabia me deixar a vontade,me fazer sentir confiante e sorridente.
Quando ele estava ao meu lado,mesmo em silencio,eu sentia um topor,um alívio.
Meu estomago formigava e minhas mãos suavam.
Será que eu gostava dele?
Loucura,com certeza.
Eu não me apaixonava desde o ensino fundamental. Desde que meu namorado saiu com todas as minhas amigas e eu resolvi que jamais me envolveria com mais alguém,que eu decidi que as pessoas não são dignas de confiança.
Não resistia,tinha que ficar horas e horas olhando para ele.
Era impossível,eu não podia gostar dele.

*
Chegamos e a casa era incrivelmente adorável,porem,os pais dele tinham um certo ar superioridade que já faziam as pernas tremerem.
Fui tratada super bem,porem,tive que ouvir conversas sobre o como eles desaprovavam a forma com que Eduardo levava a vida.
Não era do meu conhecimento ate então,que eles poderiam ser classificados como riquíssimos,e que Eduardo morava numa pocilga sem aquecedor porque não aceitava um só tostão deles.
Passei a admira-lo mais ainda. Não pelo dinheiro mas sim pelo fato de querer caminhar com as próprias pernas,entende.
Jantamos e fomos cumprir uma tradição da família.
Caminhar pelo obscuro bosque do fundo da casa.
E se vale uma confissão,sempre tive medo de escuro e não estava com a mínima vontade de caminhar no frio.
Dei varias desculpas,mas todas pareciam não resolver esse problemas.
Acho que estava escrito em minhas feições que eu estava preste a me jogar no chão e chorando,implorar para não ir,porque Eduardo pegou na minha mãe e sussurrou em meu ouvido:
-Vem,eu tenho um plano para despistá-los.
Não pude conter meu sorriso e aquela estranha sensação que se apoderará de meu corpo,enquanto Eduardo falava me meu ouvido.
Pronto,todo o medo se foi e deixou espaço para uma ansiedade incontrolável.
O que será que ele estava tramando?

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO -Parte 3

Para minha completa “felicidade”,acordei com uma terrível gripe.
Bem que me alertaram que para onde eu estava me mudando,sempre fazia frio,não importava que estação do ano era.
Abri as cortinas,para deixar o sol entrar,liguei a TV e me aninhei no sofá,tomando litros e mais litros de chá,para tentar me sentir melhor.
Meu cansaço era tanto que dormi o fim de semana todo,e na segunda quando levantei para ir para o trabalho,vi que do lado de fora da minha porta tinham uns bilhetes,todos com a mesma letra:
#Bilhete 1:
“Não é porque não falo ,que não percebo que está me observando.
Desculpe-me.”

#Bilhete 2:
“Sinto muito se esqueço-me de agradecer.
OBRIGADA”

#Bilhete 3:
“tens razão em ficar brava comigo,só por favor,não me prive de sua companhia.”

Eram do vizinho. Eu não me comportei bem com ele,e agora ele se sentia culpado.
Tinha que concertar as coisas,mas estava atrasada,então,coloquei os bilhetes na bolsa e desci as escadas correndo.
Passei o dia todo tentando me lembrar o como era o rosto dele,mas no dia estava muito brava e não havia prestado atenção.
Voltei,e recebi a noticia que o elevador estava funcionando.
Ótimo,me pouparia pernas e o tempo que eu perdia subindo todos aqueles degraus.
Quando cheguei no meu andar,vi no fim do corredor o vizinho,estirado na minha porta,como se tivesse desmaiado.
Larguei tudo no chão e fui correndo,ele mal conseguia abrir os olhos,mas quando me viu abriu um sorriso e finalmente falou:
-Me desculpe,por favor,não era minha intenção te magoar.
Eu o ergui e o levei para meu apartamento,ele parecia fascinado com tudo que eu tinha organizado ali,mas estava fraco demais para falar novamente.
Perguntei o que ele estava sentindo,mas ele não respondeu.Perguntei se ele estava comendo,balançou a cabeça negativamente. Perguntei desde quando:
-Desde quando você foi embora do meu apartamento.
Fariam três dias já.
Me senti culpada.
Preparei o jantar para ele,busquei minhas coisas que estavam no corredor e percebi que ele tinha deixado também um vaso com margaridas brancas.
Entrei e ele lambia os beiços,literalmente,com minha comida.
- Como adivinhou?
Ele ficou espantado com a pergunta e esperou que eu falasse mais.
- Como adivinhou que são minhas flores preferidas?
Ele sorriu e percebia que nunca vi alguém iluminar tanto um lugar apenas com um simples “mostrar de dentes”.
-Elas combinam com você.
Nada mais falamos naquela noite.
Ajudei ele a voltar para sua casa e ele ia fechar a porta quando eu disse:
-Me desculpe,não quis dizer todas aquelas coisas.
Ele pareceu entender e agradeceu minha ajuda..
Eu estava dando as costas quando ele estendeu a mão :
-A propósito,me chamo Eduardo.
*
O restante da semana não o ouvi tocar mas o via,quando passava,observando algo pela janela.
Eu não tinha muito tempo,estava trabalhando em cima de uma grade de horários para um novo livro que seria publicado daqui a algumas semanas,por isso não me demorava muito na casa dele,sempre ia,deixava as compras,ouvia ele dizer obrigada,e saia.
Mas em casa,sozinha eu só sabia pensar nele,nos cabelos pretos dele e na quentura da pele dele,no aperto de mão firme porem macio que ele me deu.
Passava a maior parte do tempo pensando nele,em estar com ele,mas quando finalmente tinha chance,eu fugia.
Não entendia,ou talvez eu não quisesse entender.
*
Os dias foram se tornando semanas,que se tornaram meses que completarem um ano.
Eu continuava indo ver Eduarda,mas sempre com aquela distancia de ambas as partes,como se ao mesmo tempo que quiséssemos nos envolver,tivéssemos medo.
A época das festas estava chegando,e como eu era sozinha ele me convidou para ir para casa dos pais dele.
No começo estava decidida a recusar,mas ,ele conseguiu me convencer:
-Você é uma das minhas poucas amigas aqui e não vou te deixar sozinha no natal .Por favor,quero muito te apresentar aos meus pais...e..
-E o que?
-e se você estiver lá,se eu tiver você do meu lado,sei que vou conseguir superar as festas muito mais fácil.
Eu não podia dizer não. Ou podia?
Sairíamos daqui a dois dias,eu me despedi e fui correndo pra frente do armário separar roupas e arrumar malas.
Eu não percebia mais ,Eduardo tinha um espaço maior do que eu imaginava em meu coração.

CONTINUA

O AMOR PODE DAR CERTO .-Parte 2

Eu era nova,cabelos castanhos compridos.
Trabalhava em uma editora e viajava para fazer divulgações de livros,promover tardes de autógrafos .
Desde a adolescência sonhava em sair de casa e viver minha vida bem longe de toda aquela bagunça .
Fui,da garota popular á mais isolada.
Acontecimentos me levaram a afastar as pessoas de perto de mim.
A verdade é que sempre fui um pouco sozinha e passei a me acostumar com isso,e evitar qualquer companhia.
Obviamente que a solidão bateria em minha porta nas noites frias e fins de semana tediosos,mas eu jamais daria o braço a torcer.
Tinha que erguer a cabeça e continuar a lutar pela minhas realizações.
Acordava cedo,dava uma espiada para dentro do apartamento do vizinho pianista,ouvia alguns segundos os som dos dedos dele nas teclas e descia a escada com um copo de café na mão.Pegava um taxi e ia ao trabalho.
Essa era minha vida.
Pelo menos,por enquanto.

*
Cheguei tarde e louca para tomar algo bem doce e quente.
Lá fora ventava e chovia,e meu casaco estava ensopado.
Deixei um parte da roupas molhadas perto da porta e o restante no chão do banheiro.
Adorava a sensação de banho quente,era revigorante.
Sai,ainda secando os cabelos e percebi que não tinha açúcar em casa,logo,não teria como tomar nem uma misera caneca de chá para me aquecer.
Lembrei do vizinho. Seria ótimo,eu pegaria açúcar,e já me apresentaria.Isso me pouparia tempo.
Jogue a toalha no sofá ,vesti as meias e fui,sem sapatos,afinal era a porta da frente.
Estava aberta.Bati.
Ele não se virou,bati de novo,então a vizinha do lado que estava saindo de casa me alertou que era perda de tempo,que ele nunca falava com ninguém.
Eu disse que só precisava de uma xícara de açúcar,e ela já foi logo respondendo:
-Vai entrando e pega,ele nem vai notar.
Fiquei hesitante,mas ela me puxou pela mão,abriu o armário e me deu o pouco de açúcar que ali tinha.
Agradeci,mas para ele do que para ela,mas ainda sim não me senti confortável com a situação.
Voltei para meu apartamento fiz duas xícaras de chá,voltei ao apartamento dele.
Bati e novamente ele não se virou,eu entrei e coloquei a xícara em cima do piano:
-Acabei de fazer,..obrigada pelo açúcar.
Ele pareceu não se importar,ou nem me notar.
Caminhei lentamente ate a porta e sentei encostada no batente.
Ali se criou um habito,desde então,todas a noites e fins de semana era mais fácil me encontrar sentada na porta dele o ouvindo do que em meu próprio apartamento.
*
Crie uma certa ligação com ele. Ou melhor,com o silencio dele.
Tinha algo nele,nesse mistério todo,que me dava a sensação de conforto,que amenizava minha solidão.
Se eu fazia compras,sempre pegava algumas coisas para ele. Se eu cozinhava,levava um prato para ele.
Nunca falei mais do que o essencial para que ele notasse que eu havia chego.
Não me incomodava o fato de ele nunca puxar assunto,ou jamais ter se apresentado,o silencio dele,como já disse,de alguma forma me preenchia.
E como não tinha nada para fazer,de nada me custava ficar ali pensando na vida ,e apreciando a musica dele.
*
Eu tinha tido uma semana muito tumultuada e estressante,e para piorar,passei a compartilhar das queixas dos moradores a respeito dos aquecedores quebrados e o mal funcionamento do encanamento.
Definitivamente não estava em meu melhor dia,só sei que quem pagou o pato foi o vizinho.
Estava farta de fazer as coisas para ele e nem sequer ouvir um obrigada.
Poxa,eu estava sendo tão simpática,tão amiga,custava ele falar pelo menos o nome dele,ou que fechasse logo a porta.
Eu estava tentando dormir e pela primeira vez, foi a musica dele,e não o choro do filho da vizinha que me impedia.
Eu me levantei,fui ate lá e bati.
Ele continuou a tocar,eu bati de novo e comecei a falar.
-Oi,eu sou a Lívia,eu moro aqui em frente..éeee,geralmente eu adoro ouvir suas musicas,mas hoje eu não tive um bom dia....
Ele começou a tocar mais alto,mais forte,como se quisesse deixar claro que me ignorava.
-...na verdade eu vim ate aqui para pedir se por favor você não pode ,assim,só por essa noite parar de tocar ou quem sabe,fechar a porta,para abafar o som.
Ele parou,mas nem sequer olhou para minha cara.
-Muito obrigada,mesmo.
Quando eu cheguei na minha porta,ele retornou as tocar e o barulho parecia vir todo para meus ouvidos,como se só eu o notasse.
Tentei ignorar mais não conseguia.
Levantei,e deixando a educação e delicadeza na cama eu fui ate lá falar umas poucas e boas.
Bati forte na porta e ele não se virou.
Entrei feito um furacão no apartamento dele ,o puxei e comecei a falar.Na verdade,gritar.
-SERÁ QUE CUSTA RESPEITAR? CUSTAR COMPARTILHAR OU ENTEDER QUE NEM TODO MUNDO TEM ESSA SUA MANIA OBCESSIVA DE FICAR SEM FAZER NADA,OU FICAR TOCANDO PIANO O DIA TODO. CUSTA SER UM POUCO EDUCADO E RESPONDER AS PESSOAS,AGRADECER O QUE EU TE TRAGO,OU SIMPLESMENTE FECHAR A DROGA DA PORTA?!?!
Ele tinha os olhos serenos e distante,como se não me ouvisse.
Eu abaxei violentamente a madeira que fechava as teclas,sai bufando e batendo portas.
Eu não queria ter sido grossa,mas estava cansada,com saudades das pessoas que conhecia,com problemas no trabalho,precisava de uma boa noite de sono,para poder aproveitar meu merecido e esperado fim de semana

CONTINUA

05 janeiro, 2009

O AMOR PODE DAR CERTO. -Parte 1

Essa tarde eu estava no parque e notei que o numero de casais que se julgam apaixonados,aumentou consideravelmente,em relação a semana passada,porem,o que me chamou a atenção,foi um garota que chorava, no banco em que eu costumo me sentar.
Talvez ela só quisesse desabafar,mas ao me contar suas ilusões/desilusões,ela me fez relembrar de uma determinada época da minha vida.
Depois que conversamos,ela saiu decidida a dar um rumo novo a sua vida,e eu fiquei ali,sentada por horas,lembrando de cada detalhe ,de cada coisa fantástica que aprendi naquele tempo,com ELE.
Hoje,decide escrever para guardar,e deixar registrado que em meio a tantas pessoas sozinhas e desacreditadas,eu sim,vivi um amor e sou a prova de que ele existe e faz muito bem ao corpo e alma.
Meu nome é Lívia Silveira,hoje,tenho 56 anos e vou contar a historia de como minha vida mudou quando fiz 26 e de como finalmente encontrei meu príncipe encantado.
*
Lembro de como subia as escadas, encantada,extasiada,com esse sonho realizado.
O prédio não tinha nada de luxuoso,e ao passar pelos andares sempre dava pra ouvir alguém reclamando do barulho,do frio,da encanação,as pinturas estavam descascando e a sindica não era muito simpática,mas na época não dei importância,afinal,estava finalmente me mudando,dando um grande passo,indo morar em algo meu,que eu tinha comprado com meu suado e muito bem aplicado dinheirinho.
Eu morava no 16º andar. Alto demais para ser perturbada pelos acontecimentos diários das ruas,e baixo demais para ser esquecida e isolada de tudo.
Estávamos na primavera,e o sol já ia se pondo quando a sindica me deu as chaves e apontou para a porta do meu apartamento. Ela já ia dando as costas e sumindo no extenso corredor quando me deu um aviso:
-Seu vizinho ,o da porta da frente,é louco varrido,toca piano direto....
Oras,pouco importava o que o vizinho fazia e deixava de fazer eu queria mesmo era entrar e colocar todas as minhas coisas no lugar.O dia seguinte seria reservado para isso.
O fato do elevador estar quebrado não ajudou muito na hora de subir com as caixas e os moveis,talvez por isso perdi o dia todo.
Quando finalmente não tinha mais nada para subir,lembrei que ainda não tinha comido nada desde a noite passada,minhas pernas tremiam e aposto que estava pálida .
Desci as escadas novamente e fui em busca de um mercado,aproveitando para conhecer todo o bairro.
Quando voltei,vi que o meu vizinho da porta da frente era adepto da política “de portas abertas”,pois não fechava,encostava ou trancava a porta.Ele estava ali,de frente para a janela,tocando profundamente.
Eu teria que ir me apresentar,fazer amizade,mas estava muito cansada,e alem do mais,ainda tinha tudo para arrumar dentro do meu apartamento.
Comi e voltei a “batalha”.
Uma semana se passou e nem por um dia eu o ouvia para de tocar.
É claro que parava para tomar banho,comer,mas devia ser no mesmo tempo em que eu fazia o mesmo,porque nunca parava de ouvir a musica.

Continua.

Medo.

Seria algo novo aos teus olhos,mas manjado o suficiente aos meus.
A partir de agora,terá seus passos acompanhados por algo novo que talvez jamais o abandone.
O medo te foi apresentado e para nosso azar,ele gostou de ti,e resolveu se instalar.
Sei como é,e já te aviso de que quanto antes se conformar e fazer testes para descobrir o como conviver com esse intruso,melhor será.
Ate os mais precavidos são alvos fáceis.
Podem parecer coisas inúteis,mas nós causaram frios,pavor,um pânico sem igual.
Jamais sua noite de sono será tranqüila.
Terá seus lindos sonhos dourados,interrompidos bruscamente por pesadelos e pelas lembranças desse sentimentos.
De repente,eu de mostro que minha outra mão está dada ,e que quem esta no meio de nós é o tal do medo.
Uma parte minha,outra sua.
E a culpa? Minha ou sua?
Talvez se por um instante,deixássemos de tremer e clamar por ajuda,pudéssemos raciocinar com calma e tramar um plano,desse infalíveis,tudo se resolveria.
O medo, de certo, iria embora,e tudo teria sido apenas um dia ruim,em que juntos superamos tudo e trouxemos a plenitude da calma de volta.
Mas,você parece ter criado uma certa aversão a se distancia dele,ou seria apenas uma lunática impressão minha?
Apenas peço que responda,pois,quando me vejo presa em seu silencio,sinto o maldito MEDO novamente,se apossando de mim e me fazendo suar frio novamente.

02 janeiro, 2009

Perspectiva.

Quem sabe não fazemos uma fogueira e jogamos todas as tralhas que acumulamos em nossa história.
E quem sabe tu não queima também,essa tua mania de sempre trazer um NADA a mais em teus bolsos e ainda sim querer me convencer de que preenche todos os buracos e imperfeições de nosso momentos.
Talvez eu adquira novas manias e comece a trazer dentro da bolsa,um punhado de IN para tuas certezas supremas.
Como seriamos então,a partir do momento em que o sentimento ficasse de fora do jogo e apenas cutucões e provocações fúteis fossem aceitas nesse tabuleiro em que crescemos,e construímos nossas vidas.
Tu desenhas balanças ,mas esqueces de colocar os pesos.
O que realmente pende a teu favor e ao meu?
Se algo já não te grada mais,pense,reviva,considere,reconsidere,e só após ter analisado os momentos de tua vida tumultuadas de idas e vindas alheias,e ter constatado que meus pés jamais se soltaram daí,do teu lado,me diga o que não está certo.
Lembre - se,no momento em que teus defeitos e minhas insatisfações foram pesadas,não coloquei nenhum peso contra,pois ponderei teus meus hábitos e ressaltei o que de fato eu sentia.
Por detrás da couraça sempre tem alguém frágil,e não pense que porque tu usas óculos escuros,não consigo enxergar teus olhos castanhos-dourados.
Se tu me pegas minha mão e me pede pra ficar,aposte,eu ficarei,o tempo que for preciso.
Mas,não esqueça,quem muito espera cansa,e todo tempo do mundo é pouco pra quem ama e é correspondido,mas por que ama e sofre por levar nas costas um sentimento que deveria ser compartilhado,não é da mesma forma.

01 janeiro, 2009

S.Paulo,1 de janeiro de 2009

Sim.
Como já diziam os antigo,a boa filha a casa torna,ou algo do tipo.
Segui com meus ultimos planos. Tirei minhas "ferias" de alguns dias.
Não sei se conseguirira explicar,ou se alguem se enteressaria em entender,mas enfim.
Tudo passou a correr de uma forma boa,como se nada mais me empurrasse no sentido contrario,ou me diminuesse de novo.
Começou com a decisão de não expor uma certa retrospectiva,e sim faze-la em meu intimo e resolver todos os prós e contras logo ali.
O que passou,pasou. E,para os que precisam ouvir,aqui vai.
PARECE QUE A FORÇA DE VONTADE ESTÁ RESTAURADA. A cara quase identica de um zumbi esta indo embora e dando lugar um rubror em minhas buchechas,e para minha certeza essa manha eu estava sorrindo,de verdade.
É,se depender de mim,2009 vai ser bom.^^
Mesmo com pessoas me porsuadindo a continuar a viver na negatividade.
Eu cansei,não quero mais isso pra minha vida. Quero o controle proprio de mim,não ter que sempre ser a 'perfeita" para quem quer que seja,e com isso deixar o meu EU proprio se perder por ai.
Quero viver.Ser.ESTAR.
Quero e isso já é um passo.

=D

Acho ontem terminou uma epoca e hoje outra inica.
Posso errar,mas tenho em meu intimo que as coisas estão DE FATO mudando.

Cruzem os dedos por mim,torçam,orem,rezem,..enfim.Apenas esperem,como eu espero,que tudo começe a dar certo,que se prolongue daqui em diante.

Feliz 2009!