05 janeiro, 2009

O AMOR PODE DAR CERTO. -Parte 1

Essa tarde eu estava no parque e notei que o numero de casais que se julgam apaixonados,aumentou consideravelmente,em relação a semana passada,porem,o que me chamou a atenção,foi um garota que chorava, no banco em que eu costumo me sentar.
Talvez ela só quisesse desabafar,mas ao me contar suas ilusões/desilusões,ela me fez relembrar de uma determinada época da minha vida.
Depois que conversamos,ela saiu decidida a dar um rumo novo a sua vida,e eu fiquei ali,sentada por horas,lembrando de cada detalhe ,de cada coisa fantástica que aprendi naquele tempo,com ELE.
Hoje,decide escrever para guardar,e deixar registrado que em meio a tantas pessoas sozinhas e desacreditadas,eu sim,vivi um amor e sou a prova de que ele existe e faz muito bem ao corpo e alma.
Meu nome é Lívia Silveira,hoje,tenho 56 anos e vou contar a historia de como minha vida mudou quando fiz 26 e de como finalmente encontrei meu príncipe encantado.
*
Lembro de como subia as escadas, encantada,extasiada,com esse sonho realizado.
O prédio não tinha nada de luxuoso,e ao passar pelos andares sempre dava pra ouvir alguém reclamando do barulho,do frio,da encanação,as pinturas estavam descascando e a sindica não era muito simpática,mas na época não dei importância,afinal,estava finalmente me mudando,dando um grande passo,indo morar em algo meu,que eu tinha comprado com meu suado e muito bem aplicado dinheirinho.
Eu morava no 16º andar. Alto demais para ser perturbada pelos acontecimentos diários das ruas,e baixo demais para ser esquecida e isolada de tudo.
Estávamos na primavera,e o sol já ia se pondo quando a sindica me deu as chaves e apontou para a porta do meu apartamento. Ela já ia dando as costas e sumindo no extenso corredor quando me deu um aviso:
-Seu vizinho ,o da porta da frente,é louco varrido,toca piano direto....
Oras,pouco importava o que o vizinho fazia e deixava de fazer eu queria mesmo era entrar e colocar todas as minhas coisas no lugar.O dia seguinte seria reservado para isso.
O fato do elevador estar quebrado não ajudou muito na hora de subir com as caixas e os moveis,talvez por isso perdi o dia todo.
Quando finalmente não tinha mais nada para subir,lembrei que ainda não tinha comido nada desde a noite passada,minhas pernas tremiam e aposto que estava pálida .
Desci as escadas novamente e fui em busca de um mercado,aproveitando para conhecer todo o bairro.
Quando voltei,vi que o meu vizinho da porta da frente era adepto da política “de portas abertas”,pois não fechava,encostava ou trancava a porta.Ele estava ali,de frente para a janela,tocando profundamente.
Eu teria que ir me apresentar,fazer amizade,mas estava muito cansada,e alem do mais,ainda tinha tudo para arrumar dentro do meu apartamento.
Comi e voltei a “batalha”.
Uma semana se passou e nem por um dia eu o ouvia para de tocar.
É claro que parava para tomar banho,comer,mas devia ser no mesmo tempo em que eu fazia o mesmo,porque nunca parava de ouvir a musica.

Continua.

Um comentário:

Anônimo disse...

+ até achar um que dá certa agente leva um grande dose de paciência..rsrs

muito triste o que essa menina tava passando + quem nunca passou pr isso?

bjus