Decisão.

Se assemelha com a área lodosa do pré-sono,onde teu corpo já não dá mais sinal algum de resposta,mas tua mente funciona com o dobro de força.
Mas o desespero é dobrado. A dor indescritível.
Cada detalhe se torna mais perceptível,cada passo se mostra em camadas,fica guardado em outras dimensões.
Nada mais importa. Te é negado espaço para passado e para adivinhações ou planejamentos para o futuro.
O que vale é o agora,e você sabe que não pode deixar isso passar,se acabar.
Não sou a pessoa mais indicada para ouvir conselhos,eu aprendi a sempre achar a soluções dos meus problemas dentro dos meus solitários desabafos.
E parece que quanto mais tento deixar as pessoas se aproximarem,mais vontade de me esconder eu tenho.
A cada olá,um passo a mais para trás da barreira,da muralha; uma mascara nova a ser feita,detalhes a mais a serem ocultados.
É mais fácil ouvir do que falar.
É mais fácil se manter neutra,dar conselhos e não se envolver,do que abraçar a causa.
Eu preciso dessa determinada distancia.Eu cresci com ela,nasci nela,dependo dela.
Egoísmo ou preservação,chama do que quiser,mas a verdade é que eu aprendi que não posso salvar todos,e não posso ser o chão de todos,eu também tenho direito a segurança,a conforto e alheidade.
Eu também tenho o direito a fechar os olhos e deixar simplesmente passar.
E é exatamente isso que eu estou fazendo.Fechando os olhos.
Até.