13 abril, 2009

Chegada

As folhas alaranjadas caiam do outro lado da porta de vidro,que nos separava,forravam o chão e sustentavam a sinfonia do som dos pés apressados as esmagando.
Minhas mãos tremiam,mas não sentia frio.
O que me separava dele eram apenas alguns passos,e eu podia forçar minhas pernas cansadas,a caminharem um pouco mais rápido,apenas para poder encurtar essa longa espera,dar um fim para essa ausência que aumentava cada vez mais o nível de dificuldade de suportar o peso da saudade.
Minha mente me traia,me bombardeado com lembranças ,e acelerando ainda mais minha eufórica ansiedade.
Passei pela porta gigante de vidro e ,enquanto o vento da rua jogava meus cabelos para o lado,meus olhos aflitos o avistaram.
Parado,a cinco passos de mim,com as mãos no bolso,com a mesma aflição e desespero que eu carregava em meu peito.
Abri um sorriso,e senti meu coração disparar.Atirei as malas no chão e corri,me atirando naqueles tão seguros braços,que me aguardavam abertos.
Senti seus braços rodearem minha cintura,me aproximando mais de seu corpo,e me erguendo,enquanto rodopiávamos.
Naquele instante,tudo ficou para trás,Os longos dias de estafante trabalhos,de lagrimas,de conversas pelo telefone,na madrugada,de apertos esmagadores no peito a cada vez que os olhos viam um casal,ou eram forçados a verem as fotos.Tudo,tudo para trás.
Estávamos ali,abraçados,impondo um fim na saudade.
Ele me colocou no chão,me fitou por alguns segundos,com um sorriso iluminador nos lábios .
-Eu te amo.-ele disse,com a voz mais sincera e aveludada que se possa imaginar.
E antes que eu pudesse responder,ele pousou seus lábios no meu.
Eu estava em casa e nada podia mudar isso,ou roubar essa sensação de alivio em meu peito.

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