11 maio, 2009

Estranhos perfeitos.

Ela estava ali apenas porque foi forçada a sair de seu casulo,a tentar se divertir.
Ela,pelo que me lembro,também.
Ela estava encostada em uma das frias e resistentes pilastras,olhando para a sequência de luzes que ,um pouco antes,a tinham deixado tonta,e pensava sobre a vida, tentando se lembrar do momento exato em que sua vida tinha saído do curso traçado por ela ,e resolvido deixá-la vagando pelas ruas incertas do destino.
Ele apenas via uma garota seria,com quem sentiu um forte desejo de se comunicar.
A conversa,o riso,e a aproximação cada vez mais evidente dos dois,era inegável.
Em meio a pessoas que queria dançar,gritar,se embebedar,dormir nos sofás confortáveis de coro,sair por ai se pegando e se entregando a devassidão,os dois apenas precisavam da sensação de acolhimento.
Ela era só uma garota encostada e pensativa em uma festa,tentando se distrair da dor que sentia nos pés;ele era só um rapaz que tentava caminhar com suas próprias pernas e tinha saído para se distrair,mas quando seus lábios se tocaram,eles acharam conforto e segurança ,um no outro.
Pode ser que eles nunca mais se vejam,que esqueçam daquele momento ,e simplesmente continuem tocando suas vidas.
Mas esse momento existiu, e vai ser lembrado para sempre pelo destino, que uniu dois estranhos que precisavam fundir suas angustias e sua enorme necessidade de atenção,para poderem chegar em casa de madrugada com a sensação de alívio,por saberem que não estão sozinhos.

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