18 dezembro, 2008

Olhos para a loucura (Relato de Roger Contrito ) - Parte I

*Introdução.
Aposto fichas roubadas como poucos se interessarão,porem,já devo trazer de inicio a tão prolongada advertência de que aqui,não tenho coisas inventadas ou fantasiadas para contar e entretê-los em dias de chuvas.
Aqui apenas fatos muito bem investigados,historias acumuladas,serão apresentadas.
Que levante a mão quem nunca se viu em uma encruzilhada na vida,quem tinha dois caminhos que gostaria de seguir,mas,por ser apenas um,não poderia desfrutar dos dois e teria que fazer uma infeliz e duvidosa escolha.
Seria uma historia normal,um relato sobre a vida de pessoas que ,de fato,vocês jamais conheceram,exceto por alguns momentos de tensão que os cercaram e aceleraram mais as escolhas desses vulgos personagens que irei vos apresentar.
Por mais descabidas que parecem as idéias,peço que acreditem,mas,se não acreditam,podem ler outro conta de fadas,não me importo.
Meu nome é Roger Contrito,mas podem me encara como seu guia para essa historia de misteriosos triângulos amorosos e escolhas bem ou mal feitas na vida.
Façam uma boa viagem.


*O inicio.
-Desde que a casa tenha janelas grandes onde eu possa ficar olhando estrelas,eu topo.-sorrio Bianca.
-Táaa Bianca,já sabemos disso.-disseram rindo ,em coro,Lucas e Rodrigo.
Os três se conheceram na 4ª serie do ensino fundamental e desde então,jamais se separaram.
Era quase impossível vê-los separados.
Tinham uma amizade profunda ,de dar inveja a qualquer pessoa que os pegasse em momentos de longos risos e confidencias.
Poderiam ser facilmente confundidos com irmãos,se não fosse as aparências nada idênticas.
O colégio tinha acabado e a faculdade entraria em seu segundo ano. Ambos trabalhavam e finalmente haviam juntado dinheiro para formarem a “sociedade” .
Desde a escola firmaram um pacto de que jamais se separariam,faziam planos de morarem juntos,viajarem,e tudo mais.
Se encontraram cedo,na porta de uma casa,dessas antigas mas em bom estado.
O corretor deixava a chave na casa da frente.
-Vamos logo lá,na casa do vizinho pegar a chave para ver ,se a casa tem as tão sonhadas janelas da Bi.-riu Rodrigo.
-Eu vou,porque sou a mulher mais inteligente aqui.-Fez graça Bianca.
Estavam ansiosos,queriam logo conhecer ,por isso talvez eu tive que repetir tantas vezes meu nome,para que guardassem:
-Roger,é Roger e não Roberto.
-Ahh sim,desculpe...é uma linda casa –disse Lucas

Vi nos olhos deles,que iriam fechar contrato,que era a casa que eles tanto procuravam,mas também notei que seriam vizinhos e tanto,não só por causa da beleza inconfundível de Bianca ,mas pela forma com que os três se relacionavam. Sempre de mãos dadas,abraços .Eram diferentes,e obviamente aquela rua precisava de algo novo que acontecesse,e aquela casa já tinha um histórico de escândalos.
Acho que se dariam bem ali. Ou não.
-Vamos ficar com ela,avise o corretor por favor Roger.-disse Bianca docemente.

*Bianca Lins

Talvez seria mais adequado que os escudeiros fieis dela viessem e a descrevessem,mas por um motivo que mais adiante lhes contarei,acho melhor que eu mesmo o faça.
Tinha uma estatura mediana,uma pele aveludada,bochechas coradas,olhos castanhos envolventes,que se destacavam ainda mais com os longos cílios negos e bem marcados de rímel.
Cabelos longos,com as pontas levemente enroladas,lábios rosados naturalmente,e um sorriso de arrebatar qualquer um.
Um coração bom,sempre simpática e discreta ,de muita confiança,foi adotada como conceilhera da rua.
Tinha,aparentemente,uma vida muito ocupada,sempre cheia de compromissos,mas nunca se negava a ninguém,sempre estava disposta a ouvir,sorrir,conversar,ajudar,quem quer que fosse.
Cursava Letras de manha na faculdade,sempre com notas excelentes. Dava aulas de literatura ,em um colégio particular do bairro ao lado , duas vezes por semana no período da tarde. Aperfeiçoava seus perfil intelectual diariamente,sempre com um livro novo nas mãos,ouvindo musica ou debatendo notícias.
Todas as noites saia para correr na companhia de Rodrigo.
Falava inglês fluentemente e ariscava um pouco de Frances.
Era inevitável eu ir durmir e não pensar nela,de uma forma positiva,estando ao meu lado.
Aqueles olhos penetrantes me enfeitiçarão de tão forma que me levaram a beira da loucura.
Devo admitir que me encantei por ela.
Parecia saída de uma dessas revistas de gente famosa,porem,desprovida daquele ar pedante que artistas tem em geral.
Era uma princesa. Mas infelizmente o “castelo” dela a faria cair em desgraça.

[Continua ]

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